sexta-feira, 27 de julho de 2012

Fim?



Se quantificasse as palavras em metros
e as tentasse alcançar com esforço
se perderiam o sentido das frases
ao alcançá-las.

E se a medida destas, apenas não fossem medidas
fossem apenas somadas, de uma forma
tão pouca e desajeitada dentro
de tudo

Por pouco não seriam julgadas, certas, ou erradas
pois na distância que há entre o teu
e o meu olhar, não se notam
nem apenas sílabas

Com ou sem acento ou vírgula que pare
para respirar, repousar, e voltar
no meio de um parágrafo
quase inteiro

Que incompleto termina em reticências
numa história imperfeita
incompleta e suspensa...
fim?

...

domingo, 1 de julho de 2012

Laços de uma Vida Inteira



Tudo que se via era que as partes solúveis não se diluíam, mas ainda sim, tudo se esparramava pelo chão: todos os seus pensamentos pobres, inférteis e descartáveis. As manobras mirabolantes de juntar os pensamentos não se concretizavam, tudo andava na contramão da via indireta do sonho na estrada, que se fazia por si só, sem ao menos ter uma direção correta, um meio, um início ou um fim.
Apenas de alguma distância segura se percebe que se não nos seguramos no ato, é porque na falha da ação o ato se desatou em nó, e o nó se acalmou em choro e perdeu a força de ser ele mesmo, pois ao invés de juntar, separou, ao invés de atar, desatou: um, dois, três laços de uma vida inteira.