O viajante via gente
e sempre andava contente
de estar em seu lugar
em cima de um planeta
Na cauda de um cometa
soltando fogos por aí
faíscando pelo céu
brincando, brincando...
O viajante vinha rente
e quando via tanta gente
reunida numa ilha
fora de seu planeta
Onde haviam borboletas
que viviam alegres a voar
quando viam o viajante
em seu mundo gostariam de habitar
Esse viajante viajava
e onde tinha de habitar habitava
e consigo levava
um disco voador
Só as vezes que parava
para descansar,
mas era inquieto
e logo já queria ir para outro lugar
Até que outra vez viajou
para não mais voltar
pois dessa vez queria ficar!
Tinha predileção pelo atavismo...
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Marc Chagall
"Apesar de todos os problemas do nosso mundo, no meu íntimo, nunca desisti do amor no seio do qual fui criado, ou da esperança do Homem no amor. Na vida, tal como na paleta do artista, há uma única cor que dá significado à vida e à arte: a cor do amor."
Marc Chagall
Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou O Gado
Quando criança adorava acompanhar
o gado
No caminho sempre me distraía
com algo
Fosse o gramado, fosse o céu
o nada
Como se fosse um peregrino, menino
sem fala
O corpo para frente, o pensamento
lá atrás
Duas partes tentando se encaixar
ir ou ficar?
Um caminho que sobe, outro
que desce
Ia virando à direita, pouco
indeciso
Caia num barranco lá na frente
e sumia
E aquele gado não cansava de
se cansar...
Quando criança também adorava acompanhar
o barco
No caminho sempre me perdia
em falso
Nas noites em que a lua queria me levar
ao céu
Pena, pois a todos os convites eu disse
não
Pena, perdi o gado e a imensidão...
o gado
No caminho sempre me distraía
com algo
Fosse o gramado, fosse o céu
o nada
Como se fosse um peregrino, menino
sem fala
O corpo para frente, o pensamento
lá atrás
Duas partes tentando se encaixar
ir ou ficar?
Um caminho que sobe, outro
que desce
Ia virando à direita, pouco
indeciso
Caia num barranco lá na frente
e sumia
E aquele gado não cansava de
se cansar...
Quando criança também adorava acompanhar
o barco
No caminho sempre me perdia
em falso
Nas noites em que a lua queria me levar
ao céu
Pena, pois a todos os convites eu disse
não
Pena, perdi o gado e a imensidão...
terça-feira, 29 de novembro de 2011
9 Bandas (parte 6)
INTERPOL
Foi uma banda descoberta completamente ao acaso. Assistindo tv de madrugada e de repente começa a tocar uma música com o nome de P.D.A. Achei o som interessante. Baixo, guitarra e bateria sendo tocadas em ritmo intenso acompanhados por uma voz meio que abafada e ofegante. E além de tudo o clip da música era muito bom...
A banda era o INTERPOL. Lembro-me de imediato que no dia seguinte fui baixar o cd dos caras e em uma breve pesquisa na net encontrei o álbum TURN ON THE BRIGHT LIGHTS (2002). Me chamou a atenção nesse álbum a atmosfera depressiva e pessimista causada pelas letras e pela forma como elas eram cantadas pelo vocalista, fazendo com que de imediato eu evocasse comparações com duas bandas dos anos 80 que também ficaram marcadas pelo caráter depressivo da letras e das interpretação de suas canções: o JOY DIVISION e o THE CHAMELEONS.
Essa sonoridade a que poderia se chamar de sombria, mantendo sempre uma perfeita interação entre baixo e bateria muito bem ritmados, acaba fazendo com que nas músicas mais melancólicas, por vezes, consiga criar um clima dançante, como por exemplo nas músicas NOT EVEN JAIL e LENGHT OF LOVE, do álbum ANTICS (2004), o que acaba tornando essa musicalidade bastante original.
Assim, o INTERPOl acaba se destacando em meio a algumas bandas de mesmo estilo da atualidade por trazerem letras extremamente poéticas e detalhe, se apresentarem sempre muito bem vestidos, não dispensando nunca a cor preta, que inclusive é cor fundamental para a composição da arte de capa de seus álbuns, exceto no álbum OUR LOVE TO ADMIRE (2007), fazendo com que criem uma imagem para si que se relacione completamente com o som produzem, sombrio e obscuro.
1. A primeira música
PDA
2. Uma das músicas favoritas
MIND OVER TIME
3. Uma música que todo mundo conhece
EVIL
4. O melhor clip
LIGHTS
5. Uma música para um momento depressivo
A TIME TO BE SO SMALL
6. Uma música para um momento de ódio
5
7. Uma música para caminhar e se sentir perdido
UNTITLED
8. Uma música para um desejo reprimido
NO I IN THREESOME
9. Uma música que é um ótimo b'side
SPECIALIST
10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme
DIRECTION (integra o cd da trilha sonora da série SIX FEET UNDER)
Mulher Boa
- Por que você
não morre logo?
Essas foram as
últimas palavras que eu escutei da pessoa que em vida eu amava e que
se certa forma até que de mim cuidava, mas cuidava assim: eu saia,
bebia, fumava, e quando chegava era recebido com pancada. Isso lá é
amor? Realmente gostaria de saber, vocês acham que isso é amor? Lá
no altar ela havia me prometido que iria me amar, me prometeu isso
sobre o juramento de Deus que o faria, fosse na saúde ou na doença,
na alegria ou na tristeza, na riqueza ou na pobreza ela deveria me
amar! E no entanto quando bebo e fico alegre, e diga-se de passagem a
pessoa mais alegre do mundo, ela não quer compartilhar a minha
alegria. Quando chegava pulando em cima dela com a gola da camisa
esgarçada, cambaleando pela calçada, vendo as luzes embaçadas ela
já vinha afoita para me bater, e depois, bem, depois de fazer
escândalo no meio da rua, vinha a pior parte, ia me arrastando para
dentro da casa, as vezes até me puxando pelo cabelo, me levando até
o chuveiro. Nesse momento eu até pensava que ela estava me levando
pra ducha que era pra gente fazer amor... mas que nada!
Era o
inferno, era água fria na cabeça: Seu desgraçado!, ela falava! E
eu ficava lá, só olhando, admirado, caído, a água escorrendo pela
minha cabeça e eu pensando, meu amor, meu amor! Você me trata tão
bem, tão bem! E amanhã eu vou comemorar, amanhã eu vou beber de
novo! Ô mulher boa que o senhor me deu Senhor!
9 Bandas (parte 5)
BLUR
Ah! Aquela banda que têm uma música assim: Woo-hoo, blá blá blá blá/ Woo-hoo, blá blá blá blá/ Woo-hoo, blá blá blá blá. Como é o nome da música mesmo? Ah! E eles também não tem um clip do leitinho lá também?
Sim! As músicas citadas anteriormente são, respectivamente: SONG #2 e COFEE AND TV. São do BLUR mesmo, mas é um grande erro resumir o trabalho de uma das principais bandas dos anos 90 em apenas duas músicas, portanto, venho fazer justiça!
O BLUR veio somente atingir grande sucesso internacional com o lançamento do single SONG #2, do álbum homônimo BLUR (1997), mas anos antes do lançamento desse álbum eles já vinham buscando esse reconhecimento internacional, tentando conquistar o território norte-americano, assim como o OASIS, principal rival na época, que já tinha conseguido conquistar tal façanha (mesmo que o BLUR tenha surgido primeiro).
Em sua terra natal, Inglaterra, o BLUR já tinha conquistado um público cativo desde meados de 1993. Com os seus três álbuns MODERN LIFE IS RUBISH (1993), PARKLIFE (1994) e THE GREAT ESCAPE (1995), que pode ser considerada uma trilogia, devido aos temas das canções abordarem, ora com muito bom humor, traço marcante da banda, o cotidiano, costumes e comportamentos da sociedade britânica, como por exemplo na letra da música CHARMELESS MAN: "He thinks he's educated, airs those family shares/Will protect him, that we'll respect him/And when you put it all together/There's the model of a charmless man", ou ora com um ar triste e decadente, como quem vai passeando por Londres, num fim de tarde deprimente, como na letra da música THIS IS A LOW: "And into the sea goes pretty England and me/Around the Bay of Biscay and back for tea.../Sail on by with the tide and go asleep..."
eles conquistaram o público inglês, colocando como temas de duas músicas a própria Inglaterra, falando sobre fatos e situações corriqueiras, e na maior parte das vezes com muito bom humor. A partir desse grande sucesso se abriram novos espaços para outras bandas inglesas surgirem, como por exemplo o próprio OASIS, dando início ao que foi chamado movimento BRITPOP, incluindo bandas como ASH, PULP e THE VERVE.
Portanto, o BLUR foi uma banda que influênciou toda uma década, precursora de um movimento que trouxe a música inglesa de volta ao cenário musical mundial, quando o GRUNGE norte-americano dominava as rádios de todo o mundo. Então, ponto para os caras de Londres!!!
1. A primeira música
BEETLEBUM
2. Uma das músicas favoritas
TENDER
3. Uma música que todo mundo conhece
SONG #2
4. O melhor clip
COFEE AND TV
5. Um filme dentro de um clip
THE UNIVERSAL (clip feito em homenagem ao filme LARANJA MECÂNICA [1971], do diretor STANLEY KUBRICK)
6. Uma música bem humorada
TOP MAN
7. Uma música sobre como fugir do cotidiano
PARKLIFE
8. Uma música para curtir com os amigos
SUNDAY SUNDAY
9. Uma música para um momento depressivo
CARAVAN
10. Um ótimo b'side, que ao contrário do acontesse com o COLDPLAY que geralmente não tocam b'side em shows, irá tocar em shows ao vivo com certeza
POPSCENE
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Um Pé No Cadafalso
Cada falsa impressão da vida
cada falsa impressão vivida
cada amigo na beira da esquina
cada destino, incerto:
um pé no cadafalso
perto da morte
e o outro pé fora,
perto da vida
e a impressão que fica
qualquer uma, qualquer uma,
revelada numa fotografia
ou então, que seja, fora dela
me deixa em cima de um tablado
quase que enforcado, amarrado,
uma falsa noção do dia,
uma porção da noite ao avesso
sendo que o pé no cadafalso é um recomeço
só me falta colocar o outro
e a corda ao pescoço
e passo a passo é um novo recomeço:
a vida ao contrário
um olhar para trás de soslaio
e tudo o que vejo
é que nada deixei para trás
ao não ser o cadafalso
que não pude me lançar...
cada falsa impressão vivida
cada amigo na beira da esquina
cada destino, incerto:
um pé no cadafalso
perto da morte
e o outro pé fora,
perto da vida
e a impressão que fica
qualquer uma, qualquer uma,
revelada numa fotografia
ou então, que seja, fora dela
me deixa em cima de um tablado
quase que enforcado, amarrado,
uma falsa noção do dia,
uma porção da noite ao avesso
sendo que o pé no cadafalso é um recomeço
só me falta colocar o outro
e a corda ao pescoço
e passo a passo é um novo recomeço:
a vida ao contrário
um olhar para trás de soslaio
e tudo o que vejo
é que nada deixei para trás
ao não ser o cadafalso
que não pude me lançar...
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
9 Bandas (parte 4)
RADIOHEAD
Simplesmente não há como definir o som dessa banda que a partir do seu primeiro álbum, PABLO HONEY (1993) até o seu último THE KING OF LIMBS (2011), vem se reinventando a cada nova produção.
Com o tempo percebe-se que a banda foi evoluindo não só musilcalmete, mas procurando também abordar temas que os fizessem utilizar a música como uma forma, ou uma reação, que seja, de manifestação política. Daí talvez venha o motivo de o álbum OK COMPUTER (1997) ter sido considerado um marco para a banda, pois é o elo que separa a parte "grunge", se é assim que podemos dizer, dos dois álbuns anteriores para iniciar uma nova fase de experimentações de texturas musicais novas, além também de agora trazerem letras mais profundas, tratando sobre a alienação moderna, o sistema político corrupto, a subjetividade negada do homem contemporâneo. Ótimo exemplo está na letra da música que talvez seja a mais conhecida desse álbum, PARANOID ANDROID: "When I am king, you will be first against the wall/With your opinion which is of no consequence at all/What's that...? (I may be paranoid, but no android)..."
A partir daí então o RADIOHEAD já estava consolidado como uma das bandas mais importantes dos anos 90. E com os seus dois álbuns seguintes, KID A (2000) e AMNESIAC (2001), mesmo que em um primeiro momento não tenham tido uma boa aceitação pela crítica musical, devido a total transformação do som da banda, levando as pessoas a se perguntarem onde foram parar as guitarras e por que o vocalista da banda parece cantar de baixo d'água, como na música KID A, eles conseguiram se consolidar agora não mais como uma banda importante dos anos 90, mas sim como uma das bandas contemporâneas mais importantes do seu tempo.
1. A primeira música
CREEP
2. Uma das músicas favoritas
THE NATIONAL ANTHEM
3. Uma música que todo mundo conhece
FAKE PLASTIC TREES
4. O melhor clip
WEIRD FISHES/ARPEGGI
5. Uma música para criticar a política e sociedade
PARANOID ANDROID
6. Uma música para um momento de ódio
JUST
7. Uma música para um momento depressivo
GIVE UP THE GHOST
8. Uma música para um momento de nostalgia
PYRAMID SONG
9. Uma música para cometer um suicídio
YOU AND WHOSE ARMY?
10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme
LUCKY (tocou no 3º epsódio da 4ª temporada da série SIX FEET UNDER)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou Lamento
...
Hoje resolvi descer
e ficar um pouco baixo
mas não tão baixo assim
apenas o suficiente para tocar os pés no chão
Mas logo em seguida quis voltar
para o sertão
porque aqui tem muita gente
e pouco pão
Tem muita gente
e solidão
tem muita gente
muita gente
Gente descontente
que acorda de repente
mal humorado
que vai pro trabalho
E que volta pra casa acabado
e se esconde do filho
amuado
e que acorda no dia seguinte
Já cansado
tendo o seu amor ao seu lado
mas que já não consegue mais
amar
...
Hoje resolvi descer
e ficar um pouco baixo
mas não tão baixo assim
apenas o suficiente para tocar os pés no chão
Mas logo em seguida quis voltar
para o sertão
porque aqui tem muita gente
e pouco pão
Tem muita gente
e solidão
tem muita gente
muita gente
Gente descontente
que acorda de repente
mal humorado
que vai pro trabalho
E que volta pra casa acabado
e se esconde do filho
amuado
e que acorda no dia seguinte
Já cansado
tendo o seu amor ao seu lado
mas que já não consegue mais
amar
...
9 Bandas (parte 3)
THE STROKES
Sim! A primeira música que ouvi dessa banda foi HEART IN A CAGE, do aĺbum FIRST IMPRESSION OF EARTH (2006), o terceiro álbum da banda!!! Inacreditável, sendo que quem antes que isso os caras já haviam emplacado outros dois grandes sucessos, como LAST NITE e REPTILIA. Mas pois é né! Quem mandou ingressar no mundo do rock tarde...
THE STROKES não é mais uma das bandas que ouço com frequência ultimamente, mas merece um espaço nesse meu playlist justamente por ter sido uma das bandas, juntamente com o COLDPLAY, que me fizeram me interessar por esse estilo de música.
Sendo assim, não tenho muito o que falar sobre eles, só que sendo a salvação do rock ou não, temos que admitir que abriram espaço e foram uma fonte de inspiração para uma porção de bandas que de mesmo estilo que surgiram e que vem surgindo ultimamente. Então, mesmo com todas as críticas recebidas, uma banda que exerce uma tal influência em toda uma geração é sim digna de respeito!
1. A primeira música
HEART IN A CAGE
2. Uma das músicas favoritas
THE MODERN AGE
3. Uma música que todo mundo conhece
LAST NITE
4. O melhor clip
HARD TO EXPLAIN
5. Uma música para cantar bem alto
I CAN'T WIN
6. Uma música pra curtir na balada
TWO KINDS OF HAPINESS
7. Uma música pra curtir com os amigos
GRASTISFACTION
8. Uma música pra começar uma confusão
NEW YORK CITY COPS
9. Uma música pra curtir quando estiver bêbado
ON THE OTHER SIDE
10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme
WHEN IT STARTED (integra o cd da trilha sonora do filme SPIDER MAN [2002])
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Vilania Ex-Minha
Em minha vilania
na casa de minhas luzes
já se foram algumas lembranças
lembranças de menino
Mas se há algo que ainda lembro
é de um muro pequenino
que a minha memória
conseguiu pular
Ela pulou para dentro de um livro
que pulou pra dentro de um menino
que pulou por cima do portão
que caiu na escuridão
Que saiu pela porta dos fundos
Que pegou uma fruta no abacateiro
Se espetou no limoeiro
E levou um abraço de sua avó
Que saia pra ir até a feira
e que levava o menino
que não queria ir, queria ficar ali
em sua vilania
Mas sua avó o arrastava
e o abacateiro, o limoeiro
e o livro ficavam para trás
Mas a sua pequena vilania o aguardava
Ali ficava
se despedindo dos dois
agoniado agoniado
com medo de que não voltassem...
O muro coitado
o muro da vilania
o muro que o protegia
o muro que o recebia e o aguardava
Aguardava aquele menino
que voltou sozinho
dez anos depois
crescido, crescido
E o muro não mais o reconhecia
e o menino tentava pular
mas ao tentar, escorregava
em lembranças que já não o pertenciam mais
Aquela vilania, do muro pequenino
do menino que saiu pela porta dos fundos
do menino que se espetou no limoeiro
do menino do abacateiro já não existia mais
Se tornou uma vilania ex-minha
pequenas redordações que
restaram da casa de minhas luzes
tremeluzentes e opacas...
na casa de minhas luzes
já se foram algumas lembranças
lembranças de menino
Mas se há algo que ainda lembro
é de um muro pequenino
que a minha memória
conseguiu pular
Ela pulou para dentro de um livro
que pulou pra dentro de um menino
que pulou por cima do portão
que caiu na escuridão
Que saiu pela porta dos fundos
Que pegou uma fruta no abacateiro
Se espetou no limoeiro
E levou um abraço de sua avó
Que saia pra ir até a feira
e que levava o menino
que não queria ir, queria ficar ali
em sua vilania
Mas sua avó o arrastava
e o abacateiro, o limoeiro
e o livro ficavam para trás
Mas a sua pequena vilania o aguardava
Ali ficava
se despedindo dos dois
agoniado agoniado
com medo de que não voltassem...
O muro coitado
o muro da vilania
o muro que o protegia
o muro que o recebia e o aguardava
Aguardava aquele menino
que voltou sozinho
dez anos depois
crescido, crescido
E o muro não mais o reconhecia
e o menino tentava pular
mas ao tentar, escorregava
em lembranças que já não o pertenciam mais
Aquela vilania, do muro pequenino
do menino que saiu pela porta dos fundos
do menino que se espetou no limoeiro
do menino do abacateiro já não existia mais
Se tornou uma vilania ex-minha
pequenas redordações que
restaram da casa de minhas luzes
tremeluzentes e opacas...
Fruta
bem-vinda seja
essa fruta que cai
não sabe quem é seu pai
mas ainda assim diz que o ama
suplica, suplica e derrama
pelo chão, sementes como lágrimas pelo vento
e que enquanto cai desafia o ar
tentando se matar sem conseguir
mas que só de tentar fica feliz
feliz pois queria apenas desafiar a natureza
sem a certeza de viver
pois com o mundo queria ter
ter o que não tinha
ter o que nunca teve
a água direto da terra
o grande amor sem conserva
dessa terra, dessa terra essa fruta
bem-vinda seja
amarga seja quando doce era
arde a boca como fel
seu pai lhe deixou fruta, eu sei
seu pai lhe soltou fruta, eu sei
soltou você do tronco
para deixar você se matar
que azar, que azar
não morreu, não morreu
esse sofrimento é tão seu
é tão seu, mas e quanto ao meu?
eu posso te devorar fruta?
eu posso te comer fruta?
sanar a minha dor fruta?
com a sua dor fruta?
pois sim, bem-vinda seja
seja, seja, seja
agora aqui entre nós
na terra, longe do céu
e agora a sete palmos da terra
não sabia que queria chegar
tão perto dela assim
oh! triste fim
tão linda foi no dia em que morreu
tão linda foi nos dias em que viveu
até o dia que sobre
os meus pés padeceu
o mundo chorou
perdeu uma fruta e uma flor
o mundo chorou
perdeu uma amiga e um amor
essa fruta que cai
não sabe quem é seu pai
mas ainda assim diz que o ama
suplica, suplica e derrama
pelo chão, sementes como lágrimas pelo vento
e que enquanto cai desafia o ar
tentando se matar sem conseguir
mas que só de tentar fica feliz
feliz pois queria apenas desafiar a natureza
sem a certeza de viver
pois com o mundo queria ter
ter o que não tinha
ter o que nunca teve
a água direto da terra
o grande amor sem conserva
dessa terra, dessa terra essa fruta
bem-vinda seja
amarga seja quando doce era
arde a boca como fel
seu pai lhe deixou fruta, eu sei
seu pai lhe soltou fruta, eu sei
soltou você do tronco
para deixar você se matar
que azar, que azar
não morreu, não morreu
esse sofrimento é tão seu
é tão seu, mas e quanto ao meu?
eu posso te devorar fruta?
eu posso te comer fruta?
sanar a minha dor fruta?
com a sua dor fruta?
pois sim, bem-vinda seja
seja, seja, seja
agora aqui entre nós
na terra, longe do céu
e agora a sete palmos da terra
não sabia que queria chegar
tão perto dela assim
oh! triste fim
tão linda foi no dia em que morreu
tão linda foi nos dias em que viveu
até o dia que sobre
os meus pés padeceu
o mundo chorou
perdeu uma fruta e uma flor
o mundo chorou
perdeu uma amiga e um amor
9 Bandas (parte 2)
THE CLASH
Um dia um amigo meu me emprestou um cd com o nome de LONDON CALLING. Na capa havia a fotografia de um dos integrantes da banda prestes a partir a sua guitarra ao meio jogando-a contra o chão. A impressão que essa imagem deixou em mim foi uma das mais marcantes e que talvez não encontrarei em nenhuma outra capa a ser feita no resto dessa minha vida.
O THE CLASH conseguiu reunir em uma única imagem uma expressão de rebeldia, tanto de seu estilo musical, o punk, quanto transformar essa imagem num reflexo da insatisfação dos jovens ingleses que, na época, se viam em situação desesperadora, sofrendo com a falta de emprego e que encontravam na música uma forma de demosntrarem a sua insatisfação com essa situação. Era praticamente um pedido de ação, de luta, para que todos lutassem pelos seus direitos.
Sendo assim, o THE CLASH foi uma banda reflexo de seu tempo, trazendo isso nas letras de suas próprias músicas, como por exemplo na ótima KNOW YOUR RIGHTS do álbum COMBAT ROCK (1982) e na imagem que compõe a capa de um dos seus melhores álbuns: LONDON CALLING (1979).
1. A primeira música
Should I Stay Or Should I Go?
2. Uma das músicas favoritas
The Guns Of Brixton
3. Uma música que todo mundo conhece
Rock The Casbah
4. Uma música para começar uma revolução
Know Your Rights
5. Uma música para começar uma confusão
Engligh Civil War
6. Uma música para ouvir bem alto
Janie Jones
7. Uma música para quando quiser explodir todos na fila do banco, metro, trem, etc
Cheat
8. Uma música para ouvir e pegar a estrada
Brand New Cadillac
9. Uma música para uma conversa de bar
Bankrobber
10. Uma música para ouvir e começar a dançar
Overpowered By Funk
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Palavras
Ah! E que dificuldade que
eu tenho com as palavras,
as palavras grandes
principalmente.
Gostaria que todas elas
fossem pequenas,
pequenas no tamanho, mas
grande no sentido
Pra dizer muito com pouco,
para que tudo fosse
fe-no-me-no-ló-gi-co
(e que palavra grande pra
definir uma sensação
que dura não mais que um
segundo).
Em uma palavra: Abstração
Fe-no-me-no-ló-gi-co!
Palavra grande
chega até a causar um
efeito sinestésico
Mas quanto tempo esse
efeito durou
em um palavra de sete
sílabas?
Um segundo!
Mas bem que poderia ser
mais
Ser sílabo-sinestésico,
cada sílaba um segundo
cada segundo uma sílaba...
Ah! E que dificuldade que
eu tenho com as palavras
Deveriam ser elas todas
pequenas,
reduzirem-se
a algo que fosse
no mínimo mi-ni-ma-lis-ta
quer dizer, no mínimo
não, no máximo!
Ou melhor, ser algo de
qualquer espécie,
qualquer coisa que
representasse uma outra coisa
e que eu não precisa-se
falar nada
por meio delas!
Mas pois é, já falei
demais!
Nem me dei conta e
já esvaziei o sentido de
mi-ni-ma-lis-ta...
Ah! Que dificuldade que eu
tenho com as palavras...
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Passarinho
Vai passar como um passarinho
de súbito esse susto
carregando em seu bico o meu coração
que parece que vai cair, mas não cai não
Lá no chão, onde ninguém olha pro alto
a cabeça anda no asfalto
e os pés ficam para o ar, sem se apoiar.
Ai aquela multidão! Tanta gente, tanto pão
Ai meu amor! Vão chutar meu coração
Ai meu passarinho, não solta ele não,
você não tá vendo lá no chão?
Vão comer meu coração
Segue voando, segue voando
até encontrar uma borboleta
sem pressa, sem rima
pois a sua sina é simplesmente voar
Mas com o meu coração
pois não largue ele não
porque aquela gente, tanta gente
inocentemente não sabe o que é amar
Tem pelo coração o mesmo valor
que se dá ao desprezo
e logo, valendo pouco preço
seria trocado por dinheiro...
E vai passando uma passarinho, vai passando um passarinho...
de súbito esse susto
carregando em seu bico o meu coração
que parece que vai cair, mas não cai não
Lá no chão, onde ninguém olha pro alto
a cabeça anda no asfalto
e os pés ficam para o ar, sem se apoiar.
Ai aquela multidão! Tanta gente, tanto pão
Ai meu amor! Vão chutar meu coração
Ai meu passarinho, não solta ele não,
você não tá vendo lá no chão?
Vão comer meu coração
Segue voando, segue voando
até encontrar uma borboleta
sem pressa, sem rima
pois a sua sina é simplesmente voar
Mas com o meu coração
pois não largue ele não
porque aquela gente, tanta gente
inocentemente não sabe o que é amar
Tem pelo coração o mesmo valor
que se dá ao desprezo
e logo, valendo pouco preço
seria trocado por dinheiro...
E vai passando uma passarinho, vai passando um passarinho...
Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou O Rio São Francisco
...
Sim, eu tenho os pés no chão
mas a cabeça gosto que avoe,
que avoe pra bem longe
pra bem longe daqui...
Lá pro sertão, pra São Francisco
para o rio onde os peixes morrem no seco
onde as árvores dão pedras
e as pedras dão frutas
...
Sim, eu tenho os pés no chão
mas a cabeça gosto que avoe,
que avoe pra bem longe
pra bem longe daqui...
Lá pro sertão, pra São Francisco
para o rio onde os peixes morrem no seco
onde as árvores dão pedras
e as pedras dão frutas
...
domingo, 13 de novembro de 2011
9 Bandas
Bem, resolvi fazer aqui um post sobre algumas das bandas que eu mais gosto, colocando 10 músicas de cada uma delas que acho interessante citar, colocando algum comentário de minhas lembranças sobre as mesmas. Entre as bandas que listarei estão: COLDPLAY, THE CLASH, THE STROKES, RADIOHEAD, BLUR, INTERPOL, SONIC YOUTH, THE VERVE e BELLE & SEBASTIAN. Algumas dessas nem ouço mais com tanta frequência, caso de THE STROKES, que fato curioso, a primeira música que ouvi desses caras foi HEART IN A CAGE (sim, conheci a banda bem tarde já vocês devem estar pensando). Na lista também há aquelas bandas que você conhece só uma música e que por curiosidade resolve baixar um aĺbum inteiro e quando cai em si já possui a discografia inteira da banda. Caso do BLUR, com a sua clássica SONG #2. Um dia resolvi baixar o álbum MODERN LIFE IS RUBISH (1993) e pronto, a partir de então foi amor a primeiro álbum, veio pra ficar e hoje é uma banda que não sai do meu playlist de jeito nenhum.
Então, iniciando o setlist:
COLDPLAY
A primeira música que ouvi dos caras: CLOCKS. Nem sabia que era deles na verdade, então, por volta de 2003, assistindo TV vi o trailer do filme PETER PAN, e o que chamou a minha atenção nem foi muito o trailer, mas sim a trilha sonora, com um piano suave, me causando uma certa sensação de nostalgia no auge dos meus 14 anos de idade (rsrsrsrsr). Na hora quis saber quem tocava aquela música, mas fiquei na vontade, pois no trailer, óbvio, não falava nada. Até que um dia, ouvindo uma rádio qualquer, ouço novamente aquele piano insistente, inconfundível, igual a música do trailer a pouco comentado, aí só lembro que fiquei atento para ao final da música o radialista dizer o nome da banda e ao término da mesma: COLDPLAY - disse ele, com a música CLOCKS.
Sei que consegui comprar o álbum A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD (2002) para ouvir a música CLOCKS quantas vezes quisesse só um ano depois desse evento. Na época, a banda só tinha dois álbuns, hoje já são cinco, mas pra mim esse é o álbum que me trás as melhores recordações...
1. A primeira música...
Clocks
2. Uma das músicas favoritas
Bigger Stronger
3. Uma música que todo mundo conhece
The Scientist
4. Uma música para ouvir e se sentir bem
Strawberry Swing
5. Uma música para ouvir e se sentir mal
Such A Rush
6. Uma música para ouvir e começar a dançar
Hurts Like Heaven
7. Um cover muito bem feito
Lips Like Sugar
8. O melhor clip
High Speed
9. Uma música que já tocou em algum filme ou série
A Rush Of Blood To The Head (tocou no 4º epsódio da terceira temporada da série SIX FEET UNDER)
10. Uma música que é um ótimo b'side (mas que por ser b'side, difilcilmente ouvirei em um show ao vivo)
No More Keeping My Feet On The Ground
Então, iniciando o setlist:
COLDPLAY
A primeira música que ouvi dos caras: CLOCKS. Nem sabia que era deles na verdade, então, por volta de 2003, assistindo TV vi o trailer do filme PETER PAN, e o que chamou a minha atenção nem foi muito o trailer, mas sim a trilha sonora, com um piano suave, me causando uma certa sensação de nostalgia no auge dos meus 14 anos de idade (rsrsrsrsr). Na hora quis saber quem tocava aquela música, mas fiquei na vontade, pois no trailer, óbvio, não falava nada. Até que um dia, ouvindo uma rádio qualquer, ouço novamente aquele piano insistente, inconfundível, igual a música do trailer a pouco comentado, aí só lembro que fiquei atento para ao final da música o radialista dizer o nome da banda e ao término da mesma: COLDPLAY - disse ele, com a música CLOCKS.
Sei que consegui comprar o álbum A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD (2002) para ouvir a música CLOCKS quantas vezes quisesse só um ano depois desse evento. Na época, a banda só tinha dois álbuns, hoje já são cinco, mas pra mim esse é o álbum que me trás as melhores recordações...
1. A primeira música...
Clocks
2. Uma das músicas favoritas
Bigger Stronger
3. Uma música que todo mundo conhece
The Scientist
4. Uma música para ouvir e se sentir bem
Strawberry Swing
5. Uma música para ouvir e se sentir mal
Such A Rush
6. Uma música para ouvir e começar a dançar
Hurts Like Heaven
7. Um cover muito bem feito
Lips Like Sugar
8. O melhor clip
High Speed
9. Uma música que já tocou em algum filme ou série
A Rush Of Blood To The Head (tocou no 4º epsódio da terceira temporada da série SIX FEET UNDER)
10. Uma música que é um ótimo b'side (mas que por ser b'side, difilcilmente ouvirei em um show ao vivo)
No More Keeping My Feet On The Ground
domingo, 6 de novembro de 2011
O Salto
O silêncio da cidade também dói
e eu precisava de algo que me acordasse
algo que preenche-se aquele tempo
que ficou (incompleto).
É o tempo da cidade que se se diz florida
e que por já tão esquecida, pouco vivida.
Foi neste não-lugar que escolhi para
habitar meu personagens
Pois para quem me nega
palavras eu nego, me recolho.
E eu precisava apenas de algo que me acordasse,
do mar que arrebentasse para o eterno despertar...
Despertar para o grande momento
de dar um salto na vida e fui,
me lancei:
escolhi a janela do 10º andar!
Longa é a arte, breve é a vida,
pequenos fragmentos de mortes invisíveis...
e eu precisava de algo que me acordasse
algo que preenche-se aquele tempo
que ficou (incompleto).
É o tempo da cidade que se se diz florida
e que por já tão esquecida, pouco vivida.
Foi neste não-lugar que escolhi para
habitar meu personagens
Pois para quem me nega
palavras eu nego, me recolho.
E eu precisava apenas de algo que me acordasse,
do mar que arrebentasse para o eterno despertar...
Despertar para o grande momento
de dar um salto na vida e fui,
me lancei:
escolhi a janela do 10º andar!
Longa é a arte, breve é a vida,
pequenos fragmentos de mortes invisíveis...
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
A Caixa
não cabia numa caixa
aliás, no princípio nem caixa havia
a gente pensava que a memória era o suficiente
mas não...
não, não cabia numa caixa
o amor que a gente tinha
por isso era lembrado todo dia
todo vez que a gente se via
não cabia numa caixa
mas ainda assim a gente precisava de uma
mas que fosse bem pequena
só para os detalhes
botões, fotos, cartas
que eram ora de alegria, ora de tristeza
ora de saudade, ora de ansiedade
eram, como eu disse, detalhes
embalagens de chocolate
antigos embrulhos de presente
e revirando de novo, mais uma foto:
nós dois, ambos sorridentes
e na caixa, que a princípio já não cabia nada
que a princípio nem existia
com o tempo foi cada vez mais se enchendo
e a gente precisou comprar outra
mas não, não compramos
a tampa ficava estufada
na caixa que já não cabia
ela em si já não se suportava
se questionava do por que existir
se ninguém nela mais tocava
e num canto ficava jogada
ali, desamparada
e no final, a caixa foi rejeitada
onde morava, foi quase queimada
veio até a minha casa pedir abrigo
quase não a deixei entrar
pois apesar de ser pequena e quadrada
e não caber quase nada, ela ocupava muito espaço
triplicava de tamanho quando aberta
seu volume aumentava, incomodava
e por isso foi expulsa de sua antiga casa
pois em seu interior já não cabia mais nada
tinha tomado todo espaço daquele quarto
e era necessário se esquecer de um amor
entreguei-a vazia, recebi-a cheia
e se nada deu certo: foi culpa da caixa
entregueia-a vazia, recebia-a cheia
e se nada deu certo: foi culpa da caixa, foi culpa da caixa, foi culpa da caixa...
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Frames
Inércia
E assim, de repente, contra a nossa vontade o mundo vai correndo, vagarosamente, agindo contra a propensão de ficarmos inertes, parados.
Informações Técnicas
Direção e Roteiro: Willian Marques
Ediçao: Willian Marques
Duração: 1'08min
Refratário
Aquele(a) que se vê, que se mostra e dança e ri quando poderia simplesmente se esconder, mas pelo contrário, faz graça, faz dança, sapateia e exclama: Seja refratário!
Informações Técnicas
Edição: Willian Marques
Interpretação Livre: Letícia Galindo
Duração: 1'27min
Pressão
Onde você deposita os seus problemas?
Informações Técnicas
Roteiro e Direção: Willian Marques
Produção: Cinéia Filmes
Edição: Alan do Nascimento | Rafael SM | Rômulo Cabrera
Atriz: Letícia Galindo
Fotografia: Diego Santana
Continuista: Bárbara Luisa
Agradecimentos: Larissa Santiago e Matheus Lima
Duração: 3min10s
E assim, de repente, contra a nossa vontade o mundo vai correndo, vagarosamente, agindo contra a propensão de ficarmos inertes, parados.
Informações Técnicas
Direção e Roteiro: Willian Marques
Ediçao: Willian Marques
Duração: 1'08min
Refratário
Aquele(a) que se vê, que se mostra e dança e ri quando poderia simplesmente se esconder, mas pelo contrário, faz graça, faz dança, sapateia e exclama: Seja refratário!
Informações Técnicas
Edição: Willian Marques
Interpretação Livre: Letícia Galindo
Duração: 1'27min
Pressão
Onde você deposita os seus problemas?
Informações Técnicas
Roteiro e Direção: Willian Marques
Produção: Cinéia Filmes
Edição: Alan do Nascimento | Rafael SM | Rômulo Cabrera
Atriz: Letícia Galindo
Fotografia: Diego Santana
Continuista: Bárbara Luisa
Agradecimentos: Larissa Santiago e Matheus Lima
Duração: 3min10s
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Vagão
Contados
São herméticamente contados
Três palmos de mãos
Quatro solas de pés
Cinco passos no chão
Oitenta pessoas em pé
Oito óculos, quatro pares de olhos
E um vagão
Dez bolsos, nenhum paletó
Vinte e três camisas, suadas
Nenhum chocolate na caixa
Dois reais no bolso
Herméticamente contados
Corredores de gente
Latas de gente, em conserva
Espremidos, amassados
E à venda anunciam:
Dignidade, dignidade!
Mas ninguém consegue se mexer
Para tirar o dinheiro do bolso
E chega a próxima estação
E a dignidade ficou pra trás
Passou, foi pro outro vagão
No outro dia eu compro
Mas no dia seguinte: passou
E no outro dia também
E na semana seguinte também
E assim, o dinheiro também
Assim a dignidade paciente espera, aguarda
O próximo mês para ser comprada...
São herméticamente contados
Três palmos de mãos
Quatro solas de pés
Cinco passos no chão
Oitenta pessoas em pé
Oito óculos, quatro pares de olhos
E um vagão
Dez bolsos, nenhum paletó
Vinte e três camisas, suadas
Nenhum chocolate na caixa
Dois reais no bolso
Herméticamente contados
Corredores de gente
Latas de gente, em conserva
Espremidos, amassados
E à venda anunciam:
Dignidade, dignidade!
Mas ninguém consegue se mexer
Para tirar o dinheiro do bolso
E chega a próxima estação
E a dignidade ficou pra trás
Passou, foi pro outro vagão
No outro dia eu compro
Mas no dia seguinte: passou
E no outro dia também
E na semana seguinte também
E assim, o dinheiro também
Assim a dignidade paciente espera, aguarda
O próximo mês para ser comprada...
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Remanso
Sobre mim entre tantos
Nascedouro de encantos
Água rasa sem remanso
Numa poça acalanto
Num bordel, tantos cantos
Padeceram tantos sonhos
Maquiados, sem descanso
Um aperto de um estranho
Sobre a chuva, céu risonho
Sobre a terra, sem tamanho
Quero um dia, quero ter
Quero nada, quero banho
Sobre mim, entretanto
Que padeço, sem tamanho
Na estrada compareço
Me aqueço, me aqueço
Oh meu filho, me esqueço
De uma vela, quem diria
Se um dia você rezasse perto dela
Eu só peço, eu só peço
Apareça sobre mim
Que careço sem tamanho
E na estrada compadeço
Água rasa sem remanso
Nascedouro de encantos
Água rasa sem remanso
Numa poça acalanto
Num bordel, tantos cantos
Padeceram tantos sonhos
Maquiados, sem descanso
Um aperto de um estranho
Sobre a chuva, céu risonho
Sobre a terra, sem tamanho
Quero um dia, quero ter
Quero nada, quero banho
Sobre mim, entretanto
Que padeço, sem tamanho
Na estrada compareço
Me aqueço, me aqueço
Oh meu filho, me esqueço
De uma vela, quem diria
Se um dia você rezasse perto dela
Eu só peço, eu só peço
Apareça sobre mim
Que careço sem tamanho
E na estrada compadeço
Água rasa sem remanso
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