sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Viajante

O viajante via gente
e sempre andava contente
de estar em seu lugar
em cima de um planeta

Na cauda de um cometa
soltando fogos por aí
faíscando pelo céu
brincando, brincando...

O viajante vinha rente
e quando via tanta gente
reunida numa ilha
fora de seu planeta

Onde haviam borboletas
que viviam alegres a voar
quando viam o viajante
em seu mundo gostariam de habitar

Esse viajante viajava
e onde tinha de habitar habitava
e consigo levava
um disco voador

Só as vezes que parava
para descansar,
mas era inquieto
e logo já queria ir para outro lugar

Até que outra vez viajou
para não mais voltar
pois dessa vez queria ficar!
Tinha predileção pelo atavismo...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Marc Chagall


"Apesar de todos os problemas do nosso mundo, no meu íntimo, nunca desisti do amor no seio do qual fui criado, ou da esperança do Homem no amor. Na vida, tal como na paleta do artista, há uma única cor que dá significado à vida e à arte: a cor do amor."


Marc Chagall



Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou O Gado

Quando criança adorava acompanhar
o gado
No caminho sempre me distraía
com algo

Fosse o gramado, fosse o céu
o nada
Como se fosse um peregrino, menino
sem fala

O corpo para frente, o pensamento
lá atrás
Duas partes tentando se encaixar
ir ou ficar?

Um caminho que sobe, outro
que desce
Ia virando à direita, pouco
indeciso

Caia num barranco lá na frente
e sumia
E aquele gado não cansava de
se cansar...

Quando criança também adorava acompanhar
o barco
No caminho sempre me perdia
em falso

Nas noites em que a lua queria me levar
ao céu
Pena, pois a todos os convites eu disse
não

Pena, perdi o gado e a imensidão...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

9 Bandas (parte 6)



INTERPOL




Foi uma banda descoberta completamente ao acaso. Assistindo tv de madrugada e de repente começa a tocar uma música com o nome de P.D.A. Achei o som interessante. Baixo, guitarra e bateria sendo tocadas em ritmo intenso acompanhados por uma voz meio que abafada e ofegante. E além de tudo o clip da música era muito bom...
A banda era o INTERPOL. Lembro-me de imediato que no dia seguinte fui baixar o cd dos caras e em uma breve pesquisa na net encontrei o álbum TURN ON THE BRIGHT LIGHTS (2002). Me chamou a atenção nesse álbum a atmosfera depressiva e pessimista causada pelas letras e pela forma como elas eram cantadas pelo vocalista, fazendo com que de imediato eu evocasse comparações com duas bandas dos anos 80 que também ficaram marcadas pelo caráter depressivo da letras e das interpretação de suas canções: o JOY DIVISION e o THE CHAMELEONS.
Essa sonoridade a que poderia se chamar de sombria, mantendo sempre uma perfeita interação entre baixo e bateria muito bem ritmados, acaba fazendo com que nas músicas mais melancólicas, por vezes, consiga criar um clima dançante, como por exemplo nas músicas NOT EVEN JAIL e LENGHT OF LOVE, do álbum ANTICS (2004), o que acaba tornando essa musicalidade bastante original.
Assim, o INTERPOl acaba se destacando em meio a algumas bandas de mesmo estilo da atualidade por trazerem letras extremamente poéticas e detalhe, se apresentarem sempre muito bem vestidos, não dispensando nunca a cor preta, que inclusive é cor fundamental para a composição da arte de capa de seus álbuns, exceto no álbum OUR LOVE TO ADMIRE (2007), fazendo com que criem uma imagem para si que se relacione completamente com o som produzem, sombrio e obscuro.


1. A primeira música

PDA




2. Uma das músicas favoritas

MIND OVER TIME





3. Uma música que todo mundo conhece

EVIL




4. O melhor clip

LIGHTS




5. Uma música para um momento depressivo

A TIME TO BE SO SMALL





6. Uma música para um momento de ódio

5




7. Uma música para caminhar e se sentir perdido

UNTITLED




8. Uma música para um desejo reprimido

NO I IN THREESOME




9. Uma música que é um ótimo b'side


SPECIALIST




10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme

DIRECTION (integra o cd da trilha sonora da série SIX FEET UNDER)

Mulher Boa



- Por que você não morre logo?
Essas foram as últimas palavras que eu escutei da pessoa que em vida eu amava e que se certa forma até que de mim cuidava, mas cuidava assim: eu saia, bebia, fumava, e quando chegava era recebido com pancada. Isso lá é amor? Realmente gostaria de saber, vocês acham que isso é amor? Lá no altar ela havia me prometido que iria me amar, me prometeu isso sobre o juramento de Deus que o faria, fosse na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, na riqueza ou na pobreza ela deveria me amar! E no entanto quando bebo e fico alegre, e diga-se de passagem a pessoa mais alegre do mundo, ela não quer compartilhar a minha alegria. Quando chegava pulando em cima dela com a gola da camisa esgarçada, cambaleando pela calçada, vendo as luzes embaçadas ela já vinha afoita para me bater, e depois, bem, depois de fazer escândalo no meio da rua, vinha a pior parte, ia me arrastando para dentro da casa, as vezes até me puxando pelo cabelo, me levando até o chuveiro. Nesse momento eu até pensava que ela estava me levando pra ducha que era pra gente fazer amor... mas que nada! 
Era o inferno, era água fria na cabeça: Seu desgraçado!, ela falava! E eu ficava lá, só olhando, admirado, caído, a água escorrendo pela minha cabeça e eu pensando, meu amor, meu amor! Você me trata tão bem, tão bem! E amanhã eu vou comemorar, amanhã eu vou beber de novo! Ô mulher boa que o senhor me deu Senhor!

9 Bandas (parte 5)



BLUR



Ah! Aquela banda que têm uma música assim: Woo-hoo, blá blá blá blá/ Woo-hoo, blá blá blá blá/ Woo-hoo, blá blá blá blá. Como é o nome da música mesmo? Ah! E eles também não tem um clip do leitinho lá também?
Sim! As músicas citadas anteriormente são, respectivamente: SONG #2 e COFEE AND TV. São do BLUR mesmo, mas é um grande erro resumir o trabalho de uma  das principais bandas dos anos 90 em apenas duas músicas, portanto, venho fazer justiça!
O BLUR veio somente atingir grande sucesso internacional com o lançamento do single SONG #2, do álbum homônimo BLUR (1997), mas anos antes do lançamento desse álbum eles já vinham buscando esse reconhecimento internacional, tentando conquistar o território norte-americano, assim como o OASIS, principal rival na época, que já tinha conseguido conquistar tal façanha (mesmo que o BLUR tenha surgido primeiro).
Em sua terra natal, Inglaterra, o BLUR já tinha conquistado um público cativo desde meados de 1993. Com os seus três álbuns MODERN LIFE IS RUBISH (1993), PARKLIFE (1994) e THE GREAT ESCAPE (1995), que pode ser considerada uma trilogia, devido aos temas das canções abordarem, ora com muito bom humor, traço marcante da banda, o cotidiano, costumes e comportamentos da sociedade britânica, como por exemplo na letra da música CHARMELESS MAN: "He thinks he's educated, airs those family shares/Will protect him, that we'll respect him/And when you put it all together/There's the model of a charmless man", ou ora com um ar triste e decadente, como quem vai passeando por Londres, num fim de tarde deprimente, como na letra da música THIS IS A LOW: "And into the sea goes pretty England and me/Around the Bay of Biscay and back for tea.../Sail on by with the tide and go asleep..."
eles conquistaram o público inglês, colocando como temas de duas músicas a própria Inglaterra, falando sobre fatos e situações corriqueiras, e na maior parte das vezes com muito bom humor. A partir desse grande sucesso se abriram novos espaços para outras bandas inglesas surgirem, como por exemplo o próprio OASIS, dando início ao que foi chamado movimento BRITPOP, incluindo bandas como ASH, PULP e THE VERVE.
Portanto, o BLUR foi uma banda que influênciou toda uma década, precursora de um movimento que trouxe a música inglesa de volta ao cenário musical mundial, quando o GRUNGE norte-americano dominava as rádios de todo o mundo. Então, ponto para os caras de Londres!!!


1. A primeira música

BEETLEBUM




2. Uma das músicas favoritas

TENDER




3. Uma música que todo mundo conhece


SONG #2




4. O melhor clip

COFEE AND TV




5. Um filme dentro de um clip


THE UNIVERSAL (clip feito em homenagem ao filme LARANJA MECÂNICA [1971], do diretor STANLEY KUBRICK)




6. Uma música bem humorada


TOP MAN




7. Uma música sobre como fugir do cotidiano


PARKLIFE




8. Uma música para curtir com os amigos


SUNDAY SUNDAY





9. Uma música para um momento depressivo


CARAVAN




10. Um ótimo b'side, que ao contrário do acontesse com o COLDPLAY que geralmente não tocam b'side em shows, irá tocar em shows ao vivo com certeza

POPSCENE

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um Pé No Cadafalso

Cada falsa impressão da vida
cada falsa impressão vivida
cada amigo na beira da esquina
cada destino, incerto:

um pé no cadafalso
perto da morte
e o outro pé fora,
perto da vida

e a impressão que fica
qualquer uma, qualquer uma,
revelada numa fotografia
ou então, que seja, fora dela

me deixa em cima de um tablado
quase que enforcado, amarrado,
uma falsa noção do dia,
uma porção da noite ao avesso

sendo que o pé no cadafalso é um recomeço
só me falta colocar o outro
e a corda ao pescoço
e passo a passo é um novo recomeço:

a vida ao contrário
um olhar para trás de soslaio
e tudo o que vejo
é que nada deixei para trás

ao não ser o cadafalso
que não pude me lançar...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

9 Bandas (parte 4)



RADIOHEAD



Simplesmente não há como definir o som dessa banda que a partir do seu primeiro álbum, PABLO HONEY (1993) até o seu último THE KING OF LIMBS (2011), vem se reinventando a cada nova produção.
Com o tempo percebe-se que a banda foi evoluindo não só musilcalmete, mas procurando também abordar temas que os fizessem utilizar a música como uma forma, ou uma reação, que seja, de manifestação política. Daí talvez venha o motivo de o álbum OK COMPUTER (1997) ter sido considerado um marco para a banda, pois é o elo que separa a parte "grunge", se é assim que podemos dizer, dos dois álbuns anteriores para iniciar uma nova fase de experimentações de texturas musicais novas, além também de agora trazerem letras mais profundas, tratando sobre a alienação moderna, o sistema político corrupto, a subjetividade negada do homem contemporâneo. Ótimo exemplo está na letra da música que talvez seja a mais conhecida desse álbum, PARANOID ANDROID: "When I am king, you will be first against the wall/With your opinion which is of no consequence at all/What's that...? (I may be paranoid, but no android)..."
A partir daí então o RADIOHEAD já estava consolidado como uma das bandas mais importantes dos anos 90. E com os seus dois álbuns seguintes, KID A (2000) e AMNESIAC (2001), mesmo que em um primeiro momento não tenham tido uma boa aceitação pela crítica musical, devido a total transformação do som da banda, levando as pessoas a se perguntarem onde foram parar as guitarras e por que o vocalista da banda parece cantar de baixo d'água, como na música KID A, eles conseguiram se consolidar agora não mais como uma banda importante dos anos 90, mas sim como uma das bandas contemporâneas mais importantes do seu tempo.

1. A primeira música

CREEP




2. Uma das músicas favoritas

THE NATIONAL ANTHEM




3. Uma música que todo mundo conhece

FAKE PLASTIC TREES




4. O melhor clip

WEIRD FISHES/ARPEGGI




5. Uma música para criticar a política e sociedade

PARANOID ANDROID




6. Uma música para um momento de ódio


JUST



7. Uma música para um momento depressivo

GIVE UP THE GHOST




8. Uma música para um momento de nostalgia

PYRAMID SONG




9. Uma música para cometer um suicídio

YOU AND WHOSE ARMY?





10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme

LUCKY (tocou no 3º epsódio da 4ª temporada da série SIX FEET UNDER)




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou Lamento

...

Hoje resolvi descer
e ficar um pouco baixo
mas não tão baixo assim
apenas o suficiente para tocar os pés no chão


Mas logo em seguida quis voltar
para o sertão
porque aqui tem muita gente
e pouco pão

Tem muita gente
e solidão
tem muita gente
muita gente

Gente descontente
que acorda de repente
mal humorado
que vai pro trabalho

E que volta pra casa acabado
e se esconde do filho
amuado
e que acorda no dia seguinte

Já cansado
tendo o seu amor ao seu lado
mas que já não consegue mais
amar

...

9 Bandas (parte 3)




THE STROKES


Sim! A primeira música que ouvi dessa banda foi HEART IN A CAGE, do aĺbum FIRST IMPRESSION OF EARTH (2006), o terceiro álbum da banda!!! Inacreditável, sendo que quem antes que isso os caras já haviam emplacado outros dois grandes sucessos, como LAST NITE e REPTILIA. Mas pois é né! Quem mandou ingressar no mundo do rock tarde...
THE STROKES não é mais uma das bandas que ouço com frequência ultimamente, mas merece um espaço nesse meu playlist justamente por ter sido uma das bandas, juntamente com o COLDPLAY, que me fizeram me interessar por esse estilo de música.
Sendo assim, não tenho muito o que falar sobre eles, só que sendo a salvação do rock  ou não, temos que admitir que abriram espaço e foram uma fonte de inspiração para uma porção de bandas que de mesmo estilo que surgiram e que vem surgindo ultimamente. Então, mesmo com todas as críticas recebidas, uma banda que exerce uma tal influência em toda uma geração é sim digna de respeito!


1. A primeira música

HEART IN A CAGE




2. Uma das músicas favoritas

THE MODERN AGE





 3. Uma música que todo mundo conhece

LAST NITE




4. O melhor clip

HARD TO EXPLAIN






5. Uma música para cantar bem alto

I CAN'T WIN






6. Uma música pra curtir na balada

TWO KINDS OF HAPINESS






7. Uma música pra curtir com os amigos

GRASTISFACTION






8. Uma música pra começar uma confusão

NEW YORK CITY COPS






9. Uma música pra curtir quando estiver bêbado

ON THE OTHER SIDE






10. Uma música que já fez parte da trilha sonora de alguma série ou filme

WHEN IT STARTED (integra o cd da trilha sonora do filme SPIDER MAN [2002])



 






quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vilania Ex-Minha

Em minha vilania
na casa de minhas luzes
já se foram algumas lembranças
lembranças de menino

Mas se há algo que ainda lembro
é de um muro pequenino
que a minha memória
conseguiu pular

Ela pulou para dentro de um livro
que pulou pra dentro de um menino
que pulou por cima do portão
que caiu na escuridão

Que saiu pela porta dos fundos
Que pegou uma fruta no abacateiro
Se espetou no limoeiro
E levou um abraço de sua avó

Que saia pra ir até a feira
e que levava o menino
que não queria ir, queria ficar ali
em sua vilania

Mas sua avó o arrastava
e o abacateiro, o limoeiro
e o livro ficavam para trás
Mas a sua pequena vilania o aguardava

Ali ficava
se despedindo dos dois
agoniado agoniado
com medo de que não voltassem...

O muro coitado
o muro da vilania
o muro que o protegia
o muro que o recebia e o aguardava

Aguardava aquele menino
que voltou sozinho
dez anos depois
crescido, crescido

E o muro não mais o reconhecia
e o menino tentava pular
mas ao tentar, escorregava
em lembranças que já não o pertenciam mais

Aquela vilania, do muro pequenino
do menino que saiu pela porta dos fundos
do menino que se espetou no limoeiro
do menino do abacateiro já não existia mais

Se tornou uma vilania ex-minha
pequenas redordações que
restaram da casa de minhas luzes
tremeluzentes e opacas...

Fruta

bem-vinda seja
essa fruta que cai
não sabe quem é seu pai
mas ainda assim diz que o ama

suplica, suplica e derrama                                  
pelo chão, sementes como lágrimas pelo vento
e que enquanto cai desafia o ar
tentando se matar sem conseguir

mas que só de tentar fica feliz
feliz pois queria apenas desafiar a natureza
sem a certeza de viver
pois com o mundo queria ter

ter o que não tinha
ter o que nunca teve
a água direto da terra
o grande amor sem conserva 

dessa terra, dessa terra essa fruta
bem-vinda seja
amarga seja quando doce era
arde a boca como fel

seu pai lhe deixou fruta, eu sei
seu pai lhe soltou fruta, eu sei
soltou você do tronco
para deixar você se matar

que azar, que azar
não morreu, não morreu
esse sofrimento é tão seu
é tão seu, mas e quanto ao meu?

eu posso te devorar fruta?
eu posso te comer fruta?
sanar a minha dor fruta?
com a sua dor fruta?

pois sim, bem-vinda seja
seja, seja, seja
agora aqui entre nós
na terra, longe do céu

e agora a sete palmos da terra
não sabia que queria chegar 
tão perto dela assim
oh! triste fim

tão linda foi no dia em que morreu
tão linda foi nos dias em que viveu
até o dia que sobre
os meus pés padeceu

o mundo chorou
perdeu uma fruta e uma flor
o mundo chorou
perdeu uma amiga e um amor

9 Bandas (parte 2)



THE CLASH


Um dia um amigo meu me emprestou um cd com o nome de LONDON CALLING. Na capa havia a fotografia de um dos integrantes da banda prestes a partir a sua guitarra ao meio jogando-a contra o chão. A impressão que essa imagem deixou em mim foi uma das mais marcantes e que talvez não encontrarei em nenhuma outra capa a ser feita no resto dessa minha vida.
O THE CLASH conseguiu reunir em uma única imagem uma expressão de rebeldia, tanto de seu estilo musical, o punk, quanto transformar essa imagem num reflexo da insatisfação dos jovens ingleses que, na época, se viam em situação desesperadora, sofrendo com a falta de emprego e que encontravam na música uma forma de demosntrarem a sua insatisfação com essa situação. Era praticamente um pedido de ação, de luta, para que todos lutassem pelos seus direitos.
Sendo assim, o THE CLASH foi uma banda reflexo de seu tempo, trazendo isso nas letras de suas próprias músicas, como por exemplo na ótima KNOW YOUR RIGHTS do álbum COMBAT ROCK (1982) e na imagem que compõe a capa de um dos seus melhores álbuns: LONDON CALLING (1979).


1. A primeira música

Should I Stay Or Should I Go? 



 

2. Uma das músicas favoritas 

The Guns Of Brixton 

 

 

 

3. Uma música que todo mundo conhece 

Rock The Casbah

 


4. Uma música para começar uma revolução


Know Your Rights



 


5. Uma música para começar uma confusão


Engligh Civil War


 


6. Uma música para ouvir bem alto
 


Janie Jones






7. Uma música para quando quiser explodir todos na fila do banco, metro, trem, etc


Cheat







8. Uma música para ouvir e pegar a estrada


Brand New Cadillac






9. Uma música para uma conversa de bar


Bankrobber





10. Uma música para ouvir e começar a dançar

 Overpowered By Funk





 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Palavras


Ah! E que dificuldade que eu tenho com as palavras,
as palavras grandes principalmente.
Gostaria que todas elas fossem pequenas,
pequenas no tamanho, mas grande no sentido

Pra dizer muito com pouco,
para que tudo fosse fe-no-me-no-ló-gi-co
(e que palavra grande pra definir uma sensação
que dura não mais que um segundo).

Em uma palavra: Abstração
Fe-no-me-no-ló-gi-co!
Palavra grande
chega até a causar um efeito sinestésico

Mas quanto tempo esse efeito durou
em um palavra de sete sílabas?
Um segundo!
Mas bem que poderia ser mais

Ser sílabo-sinestésico,
cada sílaba um segundo
cada segundo uma sílaba...
Ah! E que dificuldade que eu tenho com as palavras

Deveriam ser elas todas pequenas,
reduzirem-se a algo que fosse
no mínimo mi-ni-ma-lis-ta
quer dizer, no mínimo não, no máximo!

Ou melhor, ser algo de qualquer espécie,
qualquer coisa que representasse uma outra coisa
e que eu não precisa-se falar nada
por meio delas!

Mas pois é, já falei demais!
Nem me dei conta e
já esvaziei o sentido de mi-ni-ma-lis-ta...
Ah! Que dificuldade que eu tenho com as palavras...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Passarinho

Vai passar como um passarinho
de súbito esse susto
carregando em seu bico o meu coração
que parece que vai cair, mas não cai não

Lá no chão, onde ninguém olha pro alto
a cabeça anda no asfalto
e os pés ficam para o ar, sem se apoiar.
Ai aquela multidão! Tanta gente, tanto pão

Ai meu amor! Vão chutar meu coração
Ai meu passarinho, não solta ele não,
você não tá vendo lá no chão?
Vão comer meu coração

Segue voando, segue voando
até encontrar uma borboleta
sem pressa, sem rima
pois a sua sina é simplesmente voar

Mas com o meu coração
pois não largue ele não
porque aquela gente, tanta gente
inocentemente não sabe o que é amar

Tem pelo coração o mesmo valor 
que se dá ao desprezo
e logo, valendo pouco preço
seria trocado por dinheiro...

E vai passando uma passarinho, vai passando um passarinho...

Ilha de Edição das Minhas Memórias (Não) Vividas ou O Rio São Francisco

...

Sim, eu tenho os pés no chão
mas a cabeça gosto que avoe,
que avoe pra bem longe
pra bem longe daqui...

Lá pro sertão, pra São Francisco
para o rio onde os peixes morrem no seco
onde as árvores dão pedras
e as pedras dão frutas

...

domingo, 13 de novembro de 2011

9 Bandas

Bem, resolvi fazer aqui um post sobre algumas das bandas que eu mais gosto, colocando 10 músicas de cada uma delas que acho interessante citar, colocando algum comentário de minhas lembranças sobre as mesmas. Entre as bandas que listarei estão: COLDPLAY, THE CLASH, THE STROKES, RADIOHEAD, BLUR,  INTERPOL, SONIC YOUTH, THE VERVE e BELLE & SEBASTIAN. Algumas dessas nem ouço mais com tanta frequência, caso de THE STROKES, que fato curioso, a primeira música que ouvi desses caras foi HEART IN A CAGE (sim, conheci a banda bem tarde já vocês devem estar pensando). Na lista também há aquelas bandas que você conhece só uma música e que por curiosidade resolve baixar um aĺbum inteiro e quando cai em si já possui a discografia inteira da banda. Caso do BLUR, com a sua clássica SONG #2. Um dia resolvi baixar o álbum MODERN LIFE IS RUBISH (1993) e pronto, a partir de então foi amor a primeiro álbum, veio pra ficar e hoje é uma banda que não sai do meu playlist de jeito nenhum.
Então, iniciando o setlist:


COLDPLAY

A primeira música que ouvi dos caras: CLOCKS. Nem sabia que era deles na verdade, então, por volta de 2003, assistindo TV vi o trailer do filme PETER PAN, e o que chamou a minha atenção nem foi muito o trailer, mas sim a trilha sonora, com um piano suave, me causando uma certa sensação de nostalgia no auge dos meus 14 anos de idade (rsrsrsrsr). Na hora quis saber quem tocava aquela música, mas fiquei na vontade, pois no trailer, óbvio, não falava nada. Até que um dia, ouvindo uma rádio qualquer, ouço novamente aquele piano insistente, inconfundível, igual a música do trailer a pouco comentado, aí só lembro que fiquei atento para ao final da música o radialista dizer o nome da banda e ao término da mesma: COLDPLAY - disse ele, com a música CLOCKS.
Sei que consegui comprar o álbum A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD (2002) para ouvir a música CLOCKS quantas vezes quisesse só um ano depois desse evento. Na época, a banda só tinha dois álbuns, hoje já são cinco, mas pra mim esse é o álbum que me trás as melhores recordações...

1. A primeira música...

Clocks




2. Uma das músicas favoritas

Bigger Stronger




3. Uma música que todo mundo conhece

The Scientist




4. Uma música para ouvir e se sentir bem

Strawberry Swing




5. Uma música para ouvir e se sentir mal

Such A Rush




6. Uma música para ouvir e começar a dançar

Hurts Like Heaven




7. Um cover muito bem feito

 Lips Like Sugar




8. O melhor clip

High Speed





9. Uma música que já tocou em algum filme ou série

A Rush Of Blood To The Head (tocou no 4º epsódio da terceira temporada da série SIX FEET UNDER)




10. Uma música que é um ótimo b'side (mas que por ser b'side, difilcilmente ouvirei em um show ao vivo)

No More Keeping My Feet On The Ground







domingo, 6 de novembro de 2011

O Salto

O silêncio da cidade também dói
e eu precisava de algo que me acordasse
algo que preenche-se aquele tempo
que ficou (incompleto).

É o tempo da cidade que se se diz florida
e que por já tão esquecida, pouco vivida.
Foi neste não-lugar que escolhi para 
habitar meu personagens

Pois para quem me nega
palavras eu nego, me recolho.
E eu precisava apenas de algo que me acordasse,
do mar que arrebentasse para o eterno despertar...

Despertar para o grande momento 
de dar um salto na vida e fui,
me lancei:
escolhi a janela do 10º andar!

Longa é a arte, breve é a vida,
pequenos fragmentos de mortes invisíveis...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Caixa


não cabia numa caixa
aliás, no princípio nem caixa havia
a gente pensava que a memória era o suficiente
mas não...

não, não cabia numa caixa
o amor que a gente tinha
por isso era lembrado todo dia
todo vez que a gente se via

não cabia numa caixa
mas ainda assim a gente precisava de uma
mas que fosse bem pequena
só para os detalhes

botões, fotos, cartas
que eram ora de alegria, ora de tristeza
ora de saudade, ora de ansiedade
eram, como eu disse, detalhes

embalagens de chocolate
antigos embrulhos de presente
e revirando de novo, mais uma foto:
nós dois, ambos sorridentes

e na caixa, que a princípio já não cabia nada
que a princípio nem existia
com o tempo foi cada vez mais se enchendo
e a gente precisou comprar outra

mas não, não compramos
a tampa ficava estufada
na caixa que já não cabia
ela em si já não se suportava

se questionava do por que existir
se ninguém nela mais tocava
e num canto ficava jogada
ali, desamparada

e no final, a caixa foi rejeitada
onde morava, foi quase queimada
veio até a minha casa pedir abrigo
quase não a deixei entrar

pois apesar de ser pequena e quadrada
e não caber quase nada, ela ocupava muito espaço
triplicava de tamanho quando aberta
seu volume aumentava, incomodava

e por isso foi expulsa de sua antiga casa
pois em seu interior já não cabia mais nada
tinha tomado todo espaço daquele quarto
e era necessário se esquecer de um amor

entreguei-a vazia, recebi-a cheia
e se nada deu certo: foi culpa da caixa
entregueia-a vazia, recebia-a cheia
e se nada deu certo: foi culpa da caixa, foi culpa da caixa, foi culpa da caixa...

Galeria de Willian Sá

Dentro Do Mar/Dentro Do AzulPasseio De Um EstranhoUma Tarde NubladaLittle RoomBrinquedo #4Brinquedo #3
Brinquedo #2Brinquedo #1Pedra da Barra #2RemansoLetícia G #10Distraído #3
Pedra da Barra #1Mar #1VertigemTarde de DomingoA Chegada do ForasteiroVentre #2
PrédioLetícia G #9Era uma vez...Em Chamas #4AutorretratoPassageiro

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Frames

Inércia

E assim, de repente, contra a nossa vontade o mundo vai correndo, vagarosamente, agindo contra a propensão de ficarmos inertes, parados.

Informações Técnicas

Direção e Roteiro: Willian Marques
Ediçao: Willian Marques
Duração: 1'08min






Refratário

Aquele(a) que se vê, que se mostra e dança e ri quando poderia simplesmente se esconder, mas pelo contrário, faz graça, faz dança, sapateia e exclama: Seja refratário!

Informações Técnicas

Edição:  Willian Marques
Interpretação Livre: Letícia Galindo
Duração: 1'27min






Pressão

Onde você deposita os seus problemas?


Informações Técnicas

Roteiro e Direção: Willian Marques
Produção: Cinéia Filmes
Edição: Alan do Nascimento | Rafael SM | Rômulo Cabrera
Atriz: Letícia Galindo
Fotografia: Diego Santana
Continuista: Bárbara Luisa
Agradecimentos: Larissa Santiago e Matheus Lima
Duração: 3min10s























quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vagão

Contados
São herméticamente contados
Três palmos de mãos
Quatro solas de pés

Cinco passos no chão
Oitenta pessoas em pé
Oito óculos, quatro pares de olhos
E um vagão

Dez bolsos, nenhum paletó
Vinte e três camisas, suadas
Nenhum chocolate na caixa
Dois reais no bolso

Herméticamente contados
Corredores de gente
Latas de gente, em conserva
Espremidos, amassados

E à venda anunciam:
Dignidade, dignidade!
Mas ninguém consegue se mexer
Para tirar o dinheiro do bolso

E chega a próxima estação
E a dignidade ficou pra trás
Passou, foi pro outro vagão
No outro dia eu compro

Mas no dia seguinte: passou
E no outro dia também
E na semana seguinte também
E assim, o dinheiro também

Assim a dignidade paciente espera, aguarda
O próximo mês para ser comprada...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Remanso

Sobre mim entre tantos
Nascedouro de encantos
Água rasa sem remanso
Numa poça acalanto

Num bordel, tantos cantos
Padeceram tantos sonhos
Maquiados, sem descanso
Um aperto de um estranho

Sobre a chuva, céu risonho
Sobre a terra, sem tamanho
Quero um dia, quero ter
Quero nada, quero banho

Sobre mim, entretanto
Que padeço, sem tamanho
Na estrada compareço
Me aqueço, me aqueço

Oh meu filho, me esqueço
De uma vela, quem diria
Se um dia você rezasse perto dela
Eu só peço, eu só peço

Apareça sobre mim
Que careço sem tamanho
E na estrada compadeço
Água rasa sem remanso