domingo, 15 de janeiro de 2012

Presente de uma amiga: Le Pierrot



Presente de uma amiga:
Le Pierrot!
Que retirado de seu aposento usual 
Veio me fazer um convite:


Uma viagem pelo meu próprio quintal, engraçado,
como se eu próprio não conhecesse onde coloco os próprios pés...
Mas como eu já era sabido que lhe era inerente fazer piadas
imaginei que seu convite só podia ser uma de suas pilherias.

Mas não! Dada a tal convicção com que fui chamado
para essa pequena aventura pelas folhagens verdes
e pelas algumas entranhas já esquecidas
da minha atual infância só lhe pude responder: Sim! Eu vou!


Sem a mínima exitação eu disse: Vamos eu e você!
Viajar pelo varal, se sentar em cima do relógio,
tomar banho de chuva, se jogar do telhado de casa 
e cair na areia fofa do terreno molhado pela garoa fina

Pois se é essa o tipo de pilheria que nos foi concedido
pela vida por que nos negarmos a esse regalo?
Assim partiremos para a  nossa viagem hoje,
não podemos mais nos demorar!

Primeiro destino: O Varal! 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nas Contas do Ribeirão



Nas contas daquele Ribeirão
onde tal rio se curvava
durante anos e anos
iam-se lembranças que retornavam de sempre em sempre

E os anos se passavam como rodeios de meias voltas,
encontros de meias vidas
lavados pelas águas
e depois secadas ao Sol

quando à beira do Ribeirão
pairava a maresia das águas
que se acalmavam e em seguida a vida
podia respirar numa conversa boa e tranquilha...

Nas contas do Ribeirão
não se contava nada, tudo era antigo
e tudo era novo, marasmo causado
pela proeza das curvas que se tornavam caminhos incertos:

Escadilhos, tripés, tons
e semitons que de chofre surgiam
em meio ao zunido da alfarrada
de lampejos e clarões

E em seguida, novamente a calmaria,
como tudo que se finda e começa novamente
pois as águas que por ali corriam nunca se soube
se corriam para frente ou para trás...

Pois nas contas daquele Ribeirão
não se contava nada,
absolutamente nada.




segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Homem Frágil



O ápice da modernidade:
O Homem Frágil!
Avesso aos esteriótipos,
somente entregue as conformidadades.

Um tipo de homem
com atitudes rarefeitas
movimentos compostos
por tempos mortos.

Um homem que é tão avesso aos esteriótipos
que evita até respirar.
Recria uma postura estética:
A postura do Homem do Homem Moderno!


Um tipo de homem
com atitudes econômicas
movimentos formais,
mas ainda insistindo em dizer que é um poeta livre.

Ah! Entre a modernidade e a fragilidade
diz-se que foi inventado uma
nova forma de se produzir sentidos, pois sim:
agora todos eles são comprados em qualquer supermercado.

Comprar, mas com economia,
pois também não podemos comprar muito,
(ao menos aquilo que for essencial)
deve-se deixar nas prateleiras um pouco

um pouco de sensações de prazer,
um pouco de ar pra respirar,
um pouco de dignidade,
um pouco.

Um pouco do que resta da personalidade
desse Homem Moderno!
Que se pode comprar e vender,
e ser e se tornar assim tão frágil.

O Homem Frágil!