terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nas Contas do Ribeirão



Nas contas daquele Ribeirão
onde tal rio se curvava
durante anos e anos
iam-se lembranças que retornavam de sempre em sempre

E os anos se passavam como rodeios de meias voltas,
encontros de meias vidas
lavados pelas águas
e depois secadas ao Sol

quando à beira do Ribeirão
pairava a maresia das águas
que se acalmavam e em seguida a vida
podia respirar numa conversa boa e tranquilha...

Nas contas do Ribeirão
não se contava nada, tudo era antigo
e tudo era novo, marasmo causado
pela proeza das curvas que se tornavam caminhos incertos:

Escadilhos, tripés, tons
e semitons que de chofre surgiam
em meio ao zunido da alfarrada
de lampejos e clarões

E em seguida, novamente a calmaria,
como tudo que se finda e começa novamente
pois as águas que por ali corriam nunca se soube
se corriam para frente ou para trás...

Pois nas contas daquele Ribeirão
não se contava nada,
absolutamente nada.




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